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quinta-feira, 17 de junho de 2010

Vulcanismo submarino

O vulcanismo submarino, contrariamente ao que muitos possam pensar, é bastante frequente na Terra, talvez tanto quanto o vulcanismo subaéreo. Contudo, e devido ao seu difícil acesso, encontra-se muito menos documentado, sendo por isso frequentemente esquecido. A maior cadeia montanhosa da Terra encontra-se submersa, com um comprimento da ordem dos 70 000 km, 1000 km de largura e atingindo nalguns pontos os 3000 m de altitude (Fig.1 e Fig. 2).
Cadeia montanhosa submarina
Fig.1 - A cadeia montanhosa submarina ou dorsal oceânica divide o Oceano Atlântico a meio, contorna o sul do continente africano para se juntar a um outro ramo que começa no golfo de Aden; contorna o sul da Austrália, rodeia a Antárctida e sobe paralelamente à costa ocidental da América do Sul, terminando na falha de Santo André.
Este mapa da cadeia montanhosa submarina, ou crista média oceânica, foi o último de uma série produzida por Bruce Heezen e Marie Tharp, em 1977, no Lamont Lamont Geological Observatory da Universidade da Colúmbia, EUA, a partir de dados de vastas áreas do fundo marinho, recolhidos ecleticamente durante mais de 30 anos.
(Fonte:http://www.washington.edu)
Fig.2 - Em meados de 1980, este mapa podia ser produzido a partir de conjuntos de dados obtidos com ecossondas, e montados pelo National Geophysical data Centre (USA).
(Fonte: http://www.clas.ufl.edu)
O centro destas cadeias montanhosas encontra-se sob tensão, uma vez que nesta zona as placas oceânicas se separam, formando-se nova crosta oceânica, do material vulcânico que aí ascende. Aproximadamente 50% do vulcanismo na Terra ocorre neste alinhamento do fundo dos oceanos (Fig.3).



Pillow-lavas:
Um dos tipos mais comuns de lavas submarinas são as chamadas pillow lava. Esta denominação deve-se à sua secção aproximadamente esférica, semelhante a almofadas. As lavas em almofada formam-se não apenas em mar profundo, mas também quando as lavas subaéreas correm pelas vertentes entrando em contacto com o mar, rios ou lagos.

A formação deste tipo de lavas tem sido observada no vulcão Kilauea, em águas pouco profundas da costa do Havai, em que a lava entra no mar e continua a correr por baixo de água. O seguinte filme ilustra o fenómeno.

As superfícies vítreas destas lavas não são lisas, apresentam gretas, enrugamentos e estrias lineares muitas das quais se intersectam em ângulos rectos. As lavas em almofada podem encontrar-se numa enorme variedade de formas incluindo bolbosas, esféricas, achatadas, alongadas e tubulares, e variam em diâmetro de várias dezenas de centímetros a várias dezenas de metros, contudo, o seu tamanho típico varia entre 0,5 e 1 metro.
Em vários locais, o derrame de lava pelas fendas conduz à formação de pequenos “rebentos” (5 a 15 cm) elipsóides ou ovóides, comummente encontrados nas bases das “almofadas” e se abundantes chegam a formar “ninhos”. Noutros casos estas protuberâncias podem tomar um aspecto de “dedos” alongados. Estes rebentos diferem das lavas parentais por as suas superfícies serem lisas, provavelmente indicando um tão rápido crescimento que a tensão superficial pode dar nova forma ao magma e destruir as marcas exteriores.

O interior das lavas em almofada arrefece mais lentamente que a cobertura exterior vítrea e consequentemente é mais cristalino. A cristalização a taxas de arrefecimento progressivamente mais lentas em direcção ao interior produz uma considerável variedade de texturas nas rochas. O interior de “almofadas” de dimensões consideráveis pode ser quase completamente cristalino. As vesículas são comuns e usualmente concentram-se em camadas paralelas à superfície exterior.


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Afonso Jacinto
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